terça-feira, 15 de março de 2011

A dor da perda

Olá, estou de volta. Com saudade de compartilhar meus pensamentos, de escrever, de me sentir mais leve... pena que não trago notícias boas desta vez.

Minha querida e destemida avó - a qual eu admirava - partiu desta, para uma melhor. Ela se foi no domingo de carnaval, depois de passar uma semana internada.

A morte ninguém espera, embora saibamos que ela é a única certeza da vida, mas a morte da minha avó foi uma grande e infeliz surpresa para toda a família. Minha avó era a caçula de cinco irmãs, ainda ia completar 70 anos, e era forte e resistente. Uma baita senhora... dedicada, solícita, generosa... era a primeira a aparecer quando um de nós ficava doente. Lembro quando fui fazer minha cirurgia, ela estava lá, acompanhou cada passo (eu nunca vou esquecer disso). Como ela se preocupava com a família... nos aniversários então, ela sempre vinha com um bolinho e uma lembrança para mim, meus irmãos e minha mãe. Chamava o seu marido de "meu tesouro". Apesar dela ter temperamento forte e ser meio turrona, amava os netos e a filha, a única que lhe restou, a minha mãe.

Meu maior desgosto foi não ter ido visitar minha avó enquanto ela esteve internada, pois depois que ela subiu pra UTI, eu simplesmente não tive mais coragem. Eu não me despedi da minha amada avó, sinto tanto por isso, esse vazio sempre ficará em meu peito... de não ter lhe dado um último beijo, de não ter lhe pedido a benção (acho que era a única pessoa pra quem eu ainda pedia a benção), de não ter lhe visto pela última vez em vida e de não ter lhe dito que eu a amava... ah, vó! Eu sinto tanto pela sua perda, meu coração está tão vazio sem a senhora por perto. 

Um dia nós vamos nos reencontrar, e eu darei o abraço não dado, e direi as palavras não ditas.
Como eu queria que tudo isso fosse apenas um pesadelo, e num passe de mágica descobrisse que vou te ver amanhã vó, quando a senhora vier aqui em casa pra minha mãe pintar seu cabelo...


Que lindos olhos a senhora tinha vozinha, que cabelos sedosos, que pezinho delicado.
Eu nunca vou te esquecer, podem passar anos, décadas, séculos, eu sempre vou te levar em minhas lembranças...
As histórias que a senhora me contava quando estávamos reunidas, fazendo uma retrospectiva de sua vida, dividindo histórias suas e de suas irmãs. Como eu gostava de lhe ouvir falar dos fatos que aconteceram outrora em sua vida, e como a senhora viveu, vó. Viveu o suficiente para compartilhar lições de vida.

Eu vou sentir muito a sua falta, como já sinto agora, mas vou lembrar dos momentos bons que nós vivemos, da sua generosidade, do seu amor, da sua preocupação e do seu cuidado. E prometo que ao invés de chorar eu vou sorrir ao lembrar que a senhora está descansando dessa vida sofrida nos braços de Cristo.

Te amo, vó!!!!!!!!!!!!!!!!!!
 


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