Por que eu estive com ele...

O findar do ano trouxe-me momentos de introspecção, e foi em um desses momentos que pude refletir sobre os acontecimentos mais pertinentes que me ocorreram durante a transição dos passados 365 dias de 2009:

Meu envolvimento com "Peter Pan", por exemplo...

Ele, um cara de 30 anos, situado fora de sua área, mal encarado, com alma fraca e personalidade torta, mas que no fundo, no fundo tem um bom coração (o vejo assim) fui me envolvendo com ele meio que sem propósito... o propósito de fazer alguma diferença em sua vida no sentido de dar boas sugestões, direcionar para um caminho bom, despertar a esperança que ele não via realmente EXISTIA.

Se ele me via como uma garota inteligente, forte e inquebrantável estar ao lado dele não parecia no mínimo, incoerente?! Quem via achava estranho, desordenado, estaria eu hipnotizada?! hehe

Estar com ele, ficar com ele, passar um tempo ao seu lado rendeu um bom entrosamento. Somamos forças e criamos um elo - que podia se quebrar em qualquer momento (eu sabia disso).

O grande x da questão, a causa, o motivo, a razão e justificativa de ter me conduzido à Terra do Nunca e dado a mão a Peterson foi minha fragilidade naquele momento... nenhum outro cara achou-me em um momento de instabilidade tão grande como ele. Me sentia sem prumo, os meus pilares haviam caído, e eu estava no meu momento mais vulnerável.

Relaciono isso ao fato de ter me envolvido com ele.
E não porquê eu precisava ter alguém pra direcionar atenção e tirar o foco de quem tanto me deixou com a alma quebrada. Mas justamente porquê eu necessitava recriar forças, me animar e não me deixar tomar por aquele clima de frustração...
E ter me fortalecido não só contribuiu para o meu bem estar como para uma parcela de ânimo, determinação e coragem na vida do Peterson... foi uma parceria que rendeu para ambos, e talvez para ele tenha sido melhor, pois embora eu me sentisse impotente, percebi no final das contas que quem precisava de auxílio era ele.

Por fim, é possível extrair algo positivo daquilo que todos julgam ruim.
Há sempre uma saída, e quando nos sentimos fracos, constatamos que existem pessoas que se fossem fracas como a gente seriam fortes como a rocha.

Soube a pouco que ele voltou pro Rio de Janeiro na última madrugada. Partiu em um avião com suas fraquezas, suas dores, seus amores... e conforme havia dito, não se despediu, não deu beijo, nem tchau.

Melhor assim, o sentimento de falta que vislumbro sentir NÃO é maior que o meu desejo de um dia revê-lo bem, forte, recuperado, saudável e FELIZ.

Quero que ele lembre de mim como aquela garota feliz, divertida e esperta - que arrancou dele boas risadas e deu a ele momentos alegres.

Tchau "neném"...