Depois de 9 meses, O PARTO!

Em algum dia do mês de agosto do ano passado, comecei a falar "dele". Hoje, após 9 meses passamos pelo "PARTO". Termo totalmente apropriado para tal tempo. E termo usado por ele, pois foi assim que definiu a atitude que eu tomava ontem ao me atrapalhar toda e pôr pra fora meus impulsos, fazendo-o saber que não me sinto mais confortável vivendo essa gangorra emocional que é isto que "vivemos", e que de uma maneira bastante impetuosa e desplanejada, eu colocava um ponto final nessa "brincadeira".

Viver... talvez exatamente por isso fui tão imprevisível. Porque tudo o que almejo é viver, tanto que insisti além da conta nessa saudade de tudo o que ainda não vivi. E ele era minha cura para tal vício.

Devia apenas ter deixado o livro para ele, e ficado só naquela conversa amena e divertida que tivemos pouco antes de irmos cada um pra sua faculdade. É incrível como ele se diverte com meu jeito desatinado de ser: com minhas colocações, minhas trapalhadas e a minha maneira espirituosa de lidar com tudo. Aliás, parece que na frente dele, eu fico mais moleca, mais cômica, mais embaraçada. Um vídeo registrando momentos nossos retrataria uma garota demasiadamente engraçada. Isto quando não uso o outro lado da moeda, exatamente o que usei após a sessão risadas, no nosso trajeto quando saímos do escritório. Em um momento irrefletido, eu disse que além de entregar o livro, queria passar a ele o "nosso dossiê" - tudo o que foi registrado nesses 9 meses, seja conversa em msn, depoimentos, fotos ou até pelos escritos que tenho sobre ele, que revelam mais do que sinto.
Queria que ele fosse além da superficialidade. Fosse exatamente no profundo, talvez assim ele se posicionaria de alguma maneira. Mas sentia a ambivalência em querer aquele registro de volta e não querer mais nada que me ligasse a ele, pois colocando aquela pasta em seu poder, eu via a possibilidade de me sentir mais "leve".
Disse que estava entregando a ele o meu "coração", pois ali estão sentimentos inacessíveis e únicos.
Daí, hesitando em entregar-lhe, num ato brusco, eu atirei a pasta para trás pensando que fosse parar no banco, mas na verdade a maneira foi tão arrebatadora que a jogada deve ter feito cair no chão do carro, pois quando fui procurar nem vi... E ele disse: "Nossa, assim que você trata seu coração!"

Uma maneira de libertação, eu diria.

Sinceramente falando, eu não me arrependo de ter agido como agi, mesmo que possa ter parecido precipitado e mesmo que as pessoas digam que cometi um erro. Erro?!
Eu dizer que paguei pelos meus pecados com ele e que esse tempo todo foi de "tortura" é um erro?! Dizer que ele parece terrorista não é certo?! Ah, peraí... eu até falei de maneira aprazível, sabe?!
Não tenho culpa nenhuma se ele se agride com tudo e é vulnerável a crises de sinceridade.
Posso não ter escolhido o momento certo, nem pesado as medidas, mas não sou cruel, nem bárbara. Só dou vazão ao que corre dentro de mim e falo o que sinto, se ele vê isso como um mal tratamento e uma maneira agressiva de lidar com tudo, que veja. As impressões que ele tem são sempre essas:
"tu é agressiva, imparcial, intransigente, dominadora..." Nunca vê meu lado bom!
Ele disse que só tenho ligação com ele ainda porque nunca consegui dobrá-lo, e que se conseguisse na primeira oportunidade daria um fora nele, igual dou nos outros caras que me cercam. Pode?
Eu não estou fazendo um teste para ver se ele rende-se ao meu domínio. Ele que sempre tem uma visão equivocada e tacanha de tudo. Prova disso foi quando disse que só os "maduros" tem me procurado e que isso se dá porque os mais novos sentem-se inseguros comigo, não pela minha "cara", mas pela maneira como me mostro - que ao ver dele é sempre forte, resistente, com presença por chegar chegando, falar o que penso e pelo olhar derrubador. E que tudo isso assusta. Arãm!

Ah, sabe?! Se não aguenta o tranco, que diga. Não sou de nhenhenhém e nem gosto de quem o faça. Quando ele disse que só faço o que quero, eu respondi dizendo que pelo contrário, tudo o que quero é não ter elo, nem ligação com ele, mas que assustadoramente faço o contrário.

Me surpreendi por ter chegado até aqui, pelas minhas atitudes irreconhecíveis e por ter esperado tanto tempo, pois por mais que meu jeito devastador sempre entre em ação, foi com ele que descobri as coisas mais incríveis dentro de mim.

E é como eu disse ontem a ele num ato meteórico:
"Sou apaixonada por você sim, você é o homem dos meus sonhos e da minha vida. Tentei te dar o tempo necessário para que você descobrisse que eu também represento o mesmo pra você, mas o que posso fazer se você ainda não recebeu o clique de eu sou a mulher da sua vida?!"

Disse que ele podia rasgar, queimar, jogar fora todo nosso registro, se assim quisesse, mas ele mostrou-se atraído a ler tudo e não duvido de que a curiosidade vai fazê-lo devorar cada folha daquela.
Espero mesmo é que leia o livro que o ofereci por achar que ele necessita e saiba dar valor ao título "Conhecer Jesus é tudo!"

Ao fim, ele indagou se aquilo era mesmo um parto e disse que quer ver só o que vai acontecer daqui pra frente, colocando em xeque a minha obstinação em não querê-lo mais.
Se ele pensa que dessa vez passo por cima do que disse, do meu orgulho e da minha determinação em tê-lo como superação, ele não paga pra ver os próximos capítulos, sequer tira do bolso a carteira, porque eu sou turrona mesmo e reconheço a minha dificuldade em dar o braço a torcer.

Tá bom que ele é gostosinho, bonito, consistente, incrível e tem uma sensualidade nata... mas há outros mil homens na Face da Terra que não tem nome de Rei, nem tem o peso do mundo nas costas.


BEIJO, BEIJO, BEIJO!!!!!!!!
BOM FIM DE SEMANA!!!!